Que lenitivo seria capaz de suavizar tuas dores?
Que refúgio poderia enfim te proporcionar conforto?
Há palavras que, de tão profundas, te calem o coração?
Há braços que, de tão plenos, sejam dignos de tua confiança?
Qualquer que seja a face que me mostres, só vejo em ti doce criança,
Que chora, e grita e sofre sem compreender o motivo, a razão.
Se, por tua felicidade, ceifasse eu a própria vida - Morto,
Que teria para te oferecer além de mórbidas flores?
Mas, resistindo ainda sob o sol, resta, em vida, alguma esperança?
No fundo, resignada (decepcionada) decepção (resignação)!
Pois que, mantendo os olhos assim no infinito, absorto...
Desejo agora (mais que tudo) formas, luzes, cores,
Que nos tragam incipientes amores,
Não como de oliveiras desoladas no horto,
Mas como de videiras que, ainda fixas no chão,
Se elevam além, em frutos de singela e bela aliança!
Não alianças que escravizam, duras, sem perdão.
Antes, elos que nutrem e reluzem, espirais em dança
Bela, plena de mil sorrisos, doces melodias, utópicos sabores...
Êxtase! Enfim, te quero como o espírito eterno da vida: DESPERTO!
Luxor Kron (direitos reservados)
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